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Behàlotkha

Foto do escritor: MassoretMassoret

Na parashá de Behàlotkha |פרשת בהעלותך|, lida na semana passada, Miryam fica leprosa após falar mal da mulher de Moisés. Imediatamente, Moisés intercede diante de Deus em seu benefício, dizendo: "El na, refa-na la" |אל נא רפא נא לה| (Ó, Deus, cura-a, eu rogo!). Ainda que, aos olhos divinos, a impostura de Miryam devesse ser punida com a morte, o pedido feito por seu irmão com tanto fervor acabou sendo concedido e ela se curou após 7 dias de resguardo fora do acampamento. O texto não nos diz como ela passou sua quarentena, nem como foi seu processo de cura; apenas menciona que o grupo todo ficou em seu lugar e não viajou até que ela pudesse ser reintegrada.


Como costuma acontecer com o Tanakh, este trecho faz eco com o que estamos vivendo hoje, alguns milhares da anos depois de ter sido escrito. Há, no entanto, uma peculiaridade importante: todos os que estamos em quarentena somos Miryam, pois esperamos pela cura e pelo dia em que seremos livres novamente para ir e vir; mas somos também todo o qahal de Israel: nos resguardamos em nosso nome e no de outros para que possamos ser livres em nome de todos.

O texto não nos instrui a respeito dessas conjecturas. Apenas podemos imaginar que Miryam tenha aprendido uma lição — algo que tem a ver com o seu comportamento inadequado ao discriminar uma pessoa. E mais uma vez aqui temos um paralelo com acontecimentos que se tornaram mundialmente conhecidos nos últimos dias, e ainda com o crescente racismo que existe em nossas sociedades com nomes e formas diferentes — sempre mostrando que um certo "nós" acredita ter razão enquanto um certo "eles" não tem. Entretanto, queremos crer que nossa profetisa aprendeu suas lições. Queremos crer que o castigo que recebeu tenha sido suficiente para ampliar sua capacidade de acolher a pessoa humana. E sempre acreditamos que nossos antepassados foram, por fim, capazes de aprender corretamente suas lições.


Mas, e quanto a nós? Sairemos da quarentena melhores? Teremos assimilado noções mais refinadas de civilidade, de espera e reconhecimento do outro? Tiraremos dela ensinamentos suficientes para nos tornarmos quem deveríamos ser?


Queira Deus que sim. Queiramos todos nós que sim.

Shavua tov,

Flavia Virginia

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